Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença, este sábado, nas cerimónias fúnebres de Manuel Fernandes, no Estádio José Alvalade, acabando por enaltecer, em declarações aos jornalistas, o largo contributo da antiga glória do Sporting, tanto para o clube, como para o futebol português.
“Não era preciso ser sportinguista para o admirar e gostar dele. Era uma pessoa que era fácil de se gostar e de se respeitar porque ele gostava dos outros e respeitava os outros – adversários dentro e fora de campo ou nos debates televisivos no muito tempo de comentário que teve. Era assim em todas as posições que o conheci. O país deve-lhe tudo o que ele fez como jogador, treinador, dirigente e até como pedagogo, pois ele explicava o futebol aos portugueses sem rancores, fanatismos ou facciosismos. Portugal está-lhe grato”, começou por dizer.
“Ele lutava pela vida mesmo com a aproximação da morte. Estava sem forças já, mas era como se as tivesse. Era o mesmo lutador, a querer prolongá-la e prolongou-a para além de todos os limites médicos. Isso só se deve à capacidade de luta que tinha. Cada vez que se entendia que era o último encontro, descobria-se que não era, ainda haveria outro”, recordou.
“Os muitos discípulos que deixou percebem que o desporto é exatamente o que foi a vida dele. O desporto em geral, e o futebol em particular, é isso mesmo. Deve-se ser um senhor como ele era, com convicções clubísticas, batendo-se pelo seu clube, mas sem deixar de ser um senhor no seu carácter e no tratamento com os outros e isso é muito importante dentro e fora das quatro linhas. Ele foi assim. Foi um senhor ao longo da sua vida e foi um senhor até aos últimos momentos”, completou.