Durante um jantar com adeptos portistas em Luanda, André Villas-Boas abordou um tema sensível que tem impacto direto no futebol: o tráfico humano no desporto.
O líder azul e branco denunciou práticas ilegais que comprometem o futuro de jovens atletas e destacou o caso de Cardoso Varela, jogador angolano que foi levado do FC Porto para um clube amador da Croácia em circunstâncias controversas.
Varela, ainda menor de idade, foi transferido para a Croácia sob a alegação de poder jogar profissionalmente, mas acabou por ser utilizado num esquema de exploração. Villas-Boas não poupou críticas aos empresários envolvidos.
“Por um punhado de dólares, retiraram um jovem do ambiente onde podia desenvolver-se de forma saudável, comprometendo o seu futuro desportivo e pessoal. Estas práticas são criminosas e devem ser expostas”, afirmou.
O presidente dos dragões elogiou ainda o papel da FIFA e das autoridades angolanas na tentativa de recuperar o jogador.
Villas-Boas sublinhou que o FC Porto não pretende deixar o caso sem resolução e prometeu levar os responsáveis à justiça.
“Normalmente, clubes em situações como esta optam pelo silêncio. Mas nós, no FC Porto, não o faremos. Vamos lutar para responsabilizar os culpados e proteger o futuro deste jovem”.
O caso de Cardoso Varela é mais um exemplo preocupante da forma como jovens atletas são explorados em contextos frágeis.
Empresários sem escrúpulos aproveitam lacunas legais para movimentar jogadores com promessas irreais, colocando em risco o seu bem-estar.
Villas-Boas reforçou a necessidade de maior regulação no desporto, alertando para a importância de proteger as gerações futuras de esquemas semelhantes.