Segunda-feira, Dezembro 23, 2024
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André Villas-Boas despede-se de Pepe: “Nunca retiraria a braçadeira do FC Porto”

André Villas-Boas, presidente do FC Porto, reagiu ao ‘adeus’ de Pepe aos relvados, aos 41 anos, esta quinta-feira, com uma longa (e emotiva) mensagem a enaltecer os feitos históricos alcançados pelo ex-internacional português, nas duas passagens pelo Dragão – primeiro entre 2004 e 2007 e, depois, entre 2019 e o passado dia 30 de junho.

“Kepler Laveran de Lima Ferreira, Pepe. O nosso Pepe. O Pepe do FC Porto. Chegou ao Clube em 2004, com 18 anos. Já na altura era sagaz como poucos e tinha a humildade e a ambição necessárias para vingar. Era dedicado como os mais leais, rápido, duro e letal como os predestinados, Pepe logo percebeu que aqui se sentia bem, que esta era a sua casa. E logo percebemos que o queríamos na nossa casa. Cedo conquistou o coração dos sócios e simpatizantes do FC Porto”, começou por dizer, em declarações publicadas no site oficial dos dragões.

“Todos vimos e apreciámos a sua arte de ir à luta, de ganhar o lance e, de seguida, levantar a cabeça e sair com a bola dominada. Como fez naquela exibição imperial contra a Juventus em 2021, quando roubou 18 bolas aos avançados italianos. Todos vimos como ia lá à frente e metia a cabeça onde outros não metiam o pé. Assim se tornou o jogador mais velho a marcar na Champions, quando fez o 4-1 contra o Shakhtar. Todos vimos como defendia o seu território, porque a nossa área e a nossa baliza eram pedaços de terra que defendia como locais sagrados. Contra os rivais foi um pilar inabalável a empurrar a equipa para memoráveis goleadas, como nos 5-0 em março passado. Todos vimos como respeitou um balneário e como ensinou outros a sentir o peso da camisola azul e branca. A intensidade com que falava para o grupo, na roda a seguir aos jogos, fazia-nos sentir o seu magnetismo”, vincou de seguida.

“Quando por vezes cedíamos ao cansaço ou tínhamos momentos de desalento e duvidávamos da nossa força, vimos o Pepe a voltar atrás e a puxar-nos para a frente, como fazia com os seus companheiros em campo. Sem nos deixar esmorecer e a incutir-nos a certeza de que ainda podíamos dar mais. Porque pelo Porto, tudo! E todos vimos como sorria quando vencíamos qualquer jogo, fosse contra quem fosse. Por tudo isto, merece o nosso reconhecimento e carinho. O que torna o Pepe verdadeiramente especial é que ele retribuiu em dobro tudo o que lhe demos e estamos certos de que assim continuará. Ele é assim: um verdadeiro Portista, campeão em tudo”, acrescentou ainda.

“Em duas fases diferentes, entrou em campo 290 vezes de Dragão ao peito. Sempre com a mesma galhardia e brio. E levantou 15 troféus: uma Taça Intercontinental, quatro campeonatos, cinco Taças de Portugal, quatro Supertaças e uma Taça da Liga. Sempre com aquele sorriso. Hoje decidiu pendurar as chuteiras, mas nunca retirará a braçadeira do FC Porto. Capitão para sempre! Em nome de todos os Portistas, muito obrigado”, completou.

Recorde-se que Pepe representou o FC Porto em dois momentos distintos, primeiro entre 2004 e 2007, seguindo-se passagens por Real Madrid e Besiktas, antes de regressar ao Dragão, em 2017/18, onde se manteve até ao final da temporada passada.

Ao longo de toda a carreira, Pepe fez um total de 895 jogos, 141 dos quais com a camisola da seleção nacional. Marcou 51 golos, oito deles ao serviço da equipa das quinas.

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