André Geraldes, antigo team manager do Sporting, concedeu esta quarta-feira uma extensa entrevista ao podcast Footure, na recordou a passagem por Alvalade.
“O Sporting, apesar de ser um clube grande, atravessou um momento de alguma falta de cultura de exigência e, por consequência, de alguma falta de organização e profissionalização, e foi isso que nós levámos para o clube nessa altura e as coisas correram bem. Ainda antes de passar a diretor desportivo criei um gabinete de apoio ao atleta, onde eu era o diretor de uma equipa que não deixou que faltasse nada aos jogadores. Tratávamos de todos os detalhes para que os jogadores e as suas famílias se sentissem da melhor forma possível. Isso foi também alargado a todas as modalidades do clube e foi um verdadeiro sucesso”, frisou o antigo dirigente dos leões.
André Geraldes deixou ainda uma palavra sobre Jorge Jesus, que comandou os verdes e brancos entre 2015 e 2018.
“Depois da entrada do mister Jorge Jesus, e apesar de eu já estar, nessa altura, ligado ao futebol profissional, uma vez que já tratava de muitas contratações e já fazia toda essa parte operacional, passei à parte da gestão desportiva executiva. E aí foi uma aprendizagem muito grande. Apesar de eu já ter um grande know-how dos tempos em que trabalhei na gestão de empresas, a verdade é que essa base, adaptada, depois, ao futebol, permitiu melhorar a cultura da organização. Porque um clube de futebol tem de ser encarado como uma empresa. Adaptei-me rapidamente às necessidades daquela realidade e senti uma grande evolução pessoal”, prosseguiu.
André Geraldes abordou ainda o modelo organizativo do Brasileirão, que tem contado com cada vez mais treinadores portugueses.
“Parece-me que no Brasil falta alguma organização dentro dos próprios clubes. Há sempre bastantes mudanças. E parece-me importante que os clubes procurem estabilizar e profissionalizar-se. Conseguindo isso no Brasil e com o talento que existe, tenho a convicção de que o Brasileirão será um dos melhores campeonatos do mundo. Não tenho grandes dúvidas de isso pode ser possível sem que haja a necessidade do investimento do mundo árabe, por exemplo. Os clubes árabes estão a gastar muito dinheiro. É certo que já há alguma organização, mas falta-lhes o talento e, como tal, têm de pagar muito dinheiro por esse talento. E o Brasil não tem esse problema, porque tem imenso talento”, finalizou.