Frederico Varandas é um leão de berço e foi o mais recente entrevista de Daniel Oliveira no Alta Definição. Desde pequenino que aprendeu a ir aos jogos do Sporting, tendo estado entre os 10 e os 17 anos na Juve Leo.
“O meu avô, pai do meu pai, verdadeiro leão e sócio desde sempre. Depois entrei na ginástica, mas o que gostava era mesmo o futebol. Ainda levei com a natação, mas esse foi o lado emotivo. Aprendi a ir ao futebol, íamos três horas antes aos jogos dos juniores, depois víamos a equipa a entrar. Era um ritual. Depois ia para o antigo campo do Sporting, via a equipa principal a treinar, miúdos da ginástica a ver os treinos. Eram outros tempos. Isso criou sempre uma paixão pelo futebol, pelo Sporting. Costumo dizer, por brincadeira, que quem não é do Sporting é porque quem os educou não ligava a futebol. Aconteceu com os meus amigos. Se a pessoa que nos educa liga ao futebol, é do Sporting…”
O fanatismo era tanto que chegou a partir mesas e até expulsar pessoas de casa! No dia dos jogos, com a ansiedade, vomitava. A decisão passou então por não comer nos jogos mais intensos.
O apoio incansável da mulher
O apoio da mulher é fundamental para Frederico Varandas conseguir desempenhar as suas funções como presidente do Sporting.
“Chego a casa e tiro a farda de presidente do sporting. São aquelas pessoas que me levantam nos dias difíceis: a minha mulher – uma viking linda – os meus filhos, o meu irmão, os meus pais e o meu grupo de amigos”. Depois os elogios à mulher, Katarina Larsson, antiga triatleta do Sporting.
“É sueca e muito pragmática. Sempre percebeu que era o meu trabalho. É diretora de uma multinacional, responsável por múltiplas pessoas abaixo dela. Ela é uma máquina e, atenção, ainda estou a perder. Ela tem três prémios Stromp, eu tenho dois. São os genes de viking! As filhas dão muito muito trabalho. Mas isto ajuda muito porque ela mantém o equilíbrio como se nada fosse. Eu ser presidente do Sporting ou trabalhar numa padaria é igual”, aponta.
“Para ser presidente do Sporting preciso de estar bem, os meus filhos precisam de estar bem. Ela é uma super-mulher. Faz com que a vida seja normal e não é fácil, para a mulher do presidente do Sporting, ter uma vida normal”.
O avô
Ainda no assunto da família, Frederico Varandas explicou o porquê de ter ido ao cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, no dia em que se tornou presidente, em 2018. “Fui de manhã, antes do resultado sair, dizer ao meu avô que ia ser presidente do Sporting. Quando ele morreu, eu era médico… ele nunca sonhou que um neto dele fosse presidente do Sporting. Disse-lhe só que ia tomar conta do clube. [“Também por ele?”, questionou Daniel Oliveira] Também por ele”, explicou.
“Fui de manhã, antes de o resultado sair, dizer ao meu avô que ia ser presidente do Sporting. Ele morreu quando eu ainda era médico, não era presidente do Sporting nem nunca sonhou, na vida, um neto dele ser presidente do Sporting. Eu disse-lhe só que ia tomar conta do Sporting. Também por ele”, garantiu.
“Sei que ele sofria com o Sporting. Falo sempre com ele e disse-lhe ‘o Sporting é campeão’. E ele está feliz com o Sporting. O que ele teria dito? Teria dito para não ir [para presidente]. Se calhar não o teria dito, mas reprovaria. Acho que, acima de tudo, está orgulhoso do seu Sporting. Essa é a minha missão. Acho que está orgulhoso do neto. Não gosto muito que se pessoalize o presidente. A minha formação é: missão entregue, missão cumprida. É assim que vejo. Para mim, ser campeão e repor a dignidade do Sporting, faz parte da minha missão. Quando há sucesso, é fácil as pessoas perderem contacto com o planeta terra. Isso não altera o meu comportamento, a minha forma de viver ou quem sou”, disse ainda.