Durante uma conferência de imprensa, o presidente da Câmara Municipal da Maia, António Silva Tiago, afirmou que não há nada a devolver” ao FC Porto em relação à desistência do clube na aquisição dos terrenos destinados à nova academia. Ele garantiu que o projeto para essa área permanece inalterado.
Em fevereiro, a SAD do FC Porto pagou 680 mil euros como sinal para a compra em leilão público de 14 parcelas de terreno no concelho, avaliadas em 3,4 milhões de euros. António Tiago esclareceu que este valor ficará no município.
“Recebemos o primeiro sinal no ato da adjudicação, 680 mil euros, e depois havia um prazo para entregar um reforço de 510 mil. Na altura, a SAD anterior entregou o cheque, mas este não teve provimento. Esperámos um pouco, houve as eleições para a SAD [do FC Porto] e aguardámos mais alguns dias. Com a nova direção, foi-nos dito que iam criar condições para que o cheque fosse coberto, nós aguardámos, o banco aguardou, mas isso não aconteceu”, explicou o autarca.
Sob a liderança de Pinto da Costa, a antiga direção da SAD do FC Porto tinha proposto a construção de uma nova academia na Maia, para substituir a do Olival, em Vila Nova de Gaia. O projeto incluía campos de treino, alojamentos para atletas, um mini-estádio, entre outras infraestruturas. No entanto, apesar da compra inicial dos terrenos e do pagamento do primeiro sinal, o clube não realizou o pagamento da segunda parcela.
“Na conversa que tive com o novo presidente da SAD [André Villas-Boas], ele informou-me que iam criar essas condições, mas depois isso não aconteceu. Foi-me dito que a SAD não teria condições para avançar agora com o projeto e nós compreendemos”, explicou.
No início desta semana, a SAD do FC Porto anunciou a desistência da construção da academia na Maia, justificando que o clube atualmente não tinha condições financeiras para continuar com a obra. No comunicado, os Dragões referiram que “não existia qualquer plano concreto de viabilidade financeira para a construção do centro de treinos” na Maia e confirmaram que a ex-administração “já havia falhado o pagamento da segunda prestação”.
Quando questionado sobre o destino do valor já transferido, Silva Tiago afirmou que não há nada a devolver e explicou que, com a desistência do negócio, o município fica com o sinal e com os terrenos, conforme estipulado nas condições da hasta pública.